Crítica: Substitutos
por Léo Francisco
Ao se assistir pela primeira vez ao trailer de Substitutos, nova produção da Walt Disney que foi lançado esse fim de semana nos cinemas nacionais, imagina-se um bom filme de ficção-científica com muitos efeitos especiais e cenas de ação de tirar o fôlego, ainda mais por ser um filme produzido pelo cineasta Jonathan Mostow (O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas). Tremendo engano. Não que Substitutos seja um filme absolutamente ruim (e isto porque absolutamente subentende uma totalidade, nem um porcento a menos) ou que não tenha boas cenas de ação – nisso ele até agrada - mas o longa tem o defeito de contar uma boa história de um modo ruim, o tornando cansativo e arrastado em longos seguimentos desnecessários para a história.
Baseado na revista em quadrinhos de Robert Venditti e Brett Weldele, o filme se passa em 2054, quando as pessoas vivem confinadas e seguras no interior de suas casas e usam substitutos robóticos para cumprir seus afazeres. Representados por robôs fisicamente perfeitos e até mesmo sensuais, conhecidos como substitutos, toda a humanidade está protegida contra violência e pode realizar diariamente todas as suas tarefas. Mas esse mundo perfeito sem dor, crimes e medo acaba sendo abalado quando uma arma é criada para destruir as pessoas a partir de seus substitutos. Quando Greer, um agente do FBI vivido por Bruce Willis, descobre uma grande conspiração por trás do fenômeno da substituição, ele abandona seu próprio substituto e tem que arriscar sua vida para descobrir quem está por trás das mortes.
A partir de um tema atual com qual convivemos – a troca do mundo real pelo virtual com programas com ferramentas como MSN e simuladores ao estilo de The Sims, sentre outros – o longa-metragem chega sem trazer nenhum fator surpreendente em sua história e se torna mais uma produção ao lado de outros filmes com temática parecida como Gamer e O Exterminador do Futuro: A Salvação; este último também roteirizado pela dupla John Brancato e Michael Ferris, que assinam o roteiro de Substitutos.
O filme, que já inicia mal com uma rápida explicação de como os homens trocaram a vida real pela virtual (o que não ajuda muito na compreensão total da história), tem seu maior problema no final. O desfecho é encerrado em rasas explicações dos motivos que levam o vilão da história a começar a matar as pessoas a partir de seus robôs. O resultado é um final bobo e até mesmo decepcionante. Nenhum personagem consegue se destacar ou causar simpatia com o público e nem a presença de Bruce Willis ajuda, já que ele está em reprise de seus outros papeis, como o herói que salvará a todos.
Substitutos poderia se salvar ao menos como entretenimento se ao menos corresse para o lugar-comum dos dias de hoje: exibição usando a tecnologia no 3D, dando mais empolgação a cenas de ação através da sensação de profundidade que a tecnologia traria, transportando as pessoas para dentro da história. Apesar de não ser o bastante, essas cenas, ainda assim, sustentam a película por algum tempo, mas são vítimas de um desperdício criativo tremendo dentro de uma narrativa que não se desenvolve. Todo o tempo de projeção é apenas um trailer do ótimo filme que Substitutos poderia ser. Agradaria em cheio. No entanto, deixa mais a desejar do que satisfaz. Uma “sessão da tarde” sem grandes surpresas, que será facilmente esquecida com o tempo.
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